A presença inflacionária em diversas economias mundiais, impulsionada principalmente pelo crescimento econômico e a elevação nos preços de commodities, continuam surpreendendo os mercados. Nos últimos 12 meses, os índices de preços ao consumidor das principais economias alcançaram, 8,2% nos EUA, 7,8% no Reino Unido, e 7,4% na Zona do Euro. Este hiato de inflação continua pressionando os bancos centrais para elevarem o aperto monetário, e consequente aumento das taxas de juros. Este cenário global é desafiador, uma vez que a perspectiva da queda de juros pode demorar bastante tempo para ser vislumbrada, visto que a inflação não deve ceder rapidamente.
Não diferente dos principais mercados, no Brasil o principal fator de mercado continua sendo o elevado processo inflacionário e como o Banco Central vem administrando essa situação. O índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês de maio ficou em 0,47%. Houve desaceleração em relação ao mês anterior, quando o índice ficou em 1,06%, atingindo maior variação desde meados de 1996. Em decorrência deste cenário o COPOM decidiu elevar a Taxa Selic em 1,00 ponto percentual, para o patamar de 12,75% ao ano.
Depois de um abril difícil para a bolsa brasileira, onde registrou-se a pior queda mensal acumulada desde o início da pandemia, o mês de maio foi positivo. Enquanto a maior parte das bolsas mundiais fechou próximo de 0% de retorno, o Ibovespa, aos 111.350 pontos, apresentou uma valorização mensal de 3,22%, liderada pelas ações de empresas de commodities, que comercializam mercadorias, principalmente minérios e itens agrícolas, produzidos em larga escala e comercializadas em nível mundial. Em 2022, a valorização acumulada até maio é de 6,23%, sendo que nos últimos 12 meses, o índice apresenta uma desvalorização de 11,78%.
Resultados dos planos
Mesmo com um cenário adverso, alta volatilidade nos mercados, a Libertas, no consolidado geral de seus planos, apresentou retorno de 0,67%, acumulado no ano 3,59%. Neste contexto, a carteira com melhor desempenho no período foi a de Renda Fixa, que obteve resultado de 1,09% impactada negativamente pela marcação a mercado dos títulos. A carteira de Investimento no exterior sofreu com a valorização do câmbio e o desempenho dos mercados mundiais, obtendo retorno negativo de 4,30%; parte ainda influenciada pela guerra da Rússia x Ucrânia.
Os planos CD tiveram rentabilidade de 0,46%, já que esta modalidade está mais sujeita às oscilações advindas da marcação a mercado, acumulando no ano 2,59%. Os planos BD, por outro lado, que possuem marcação de seus ativos na curva e sofrem menor volatilidade, tiveram retorno de 1,02%, acumulando no ano 5,35%.
Para os próximos meses, além da continuidade das incertezas, volatilidade e cenário macroeconômico adverso, outros temas estão entrando cada vez mais em pauta, gerando possíveis impactos no mercado brasileiro, como a eleição presidencial e as políticas fiscais.
A Diretoria de Investimentos segue atenta aos movimentos do cenário macroeconômico, com o objetivo de realizar ajustes na carteira própria, buscando oportunidades em novos lotes de títulos públicos federais que possam melhorar ainda mais a relação risco e retorno, além do acompanhamento da performance dos fundos exclusivos com mandatos por expertise, para a implementação de novas estratégias.