Resultados dos investimentos: novembro de 2023

Criado em em: 19 de dezembro de 2023 / Atualizado em: 19 de dezembro de 2023 Visualizações: 628

O mês de novembro foi marcado pelo forte movimento de queda dos juros globais, revertendo parcialmente a alta dos últimos meses. Este movimento trouxe uma boa performance dos ativos de risco e o afrouxamento das condições financeiras ao longo do mês. A bolsa americana, representada pelo índice S&P 500 apresentou alta de 8,92% no mês, o índice MSCI World, que representa as ações de empresas de diversos países do mundo, também avançou 9,21%, ambos os resultados em dólar. No Oriente Médio as ameaças em torno da guerra envolvendo Israel e o Hamas diminuíram, reduzindo riscos de alta dos preços do petróleo. Neste ambiente, os principais bancos centrais do mundo seguem atentos e cautelosos na condução de suas políticas monetárias, visando o combate da inflação global. 

Nos Estados Unidos a taxa de desemprego continuou subindo em sua última divulgação, ao mesmo tempo em que a inflação segue em tendência de queda causada pela diminuição do consumo das famílias. Com isso, o mercado acredita que o fim do ciclo de alta dos juros americanos pode ter chegado, mas ainda vislumbra a sua permanência no patamar atual por um período maior. Com a realização de ganhos na renda fixa americana e consequente retirada de capital no país, o dólar apresentou queda de 2,96% no mês em relação às principais moedas globais. 

No Brasil, apesar das pressões para a redução da meta do resultado primário por integrantes do governo e de sinalizações negativas com relação à contenção de gastos no próximo ano, o relatório da Lei de Diretrizes Orçamentárias foi aprovado com a meta de déficit zero. No Congresso, a agenda da equipe econômica com o objetivo de incrementar as receitas da União continua avançando, mas com perspectivas de gerar uma arrecadação aquém da almejada pelo Executivo. O Senado aprovou, em decisão apertada e com modificações, a proposta de emenda à Constituição (PEC) da Reforma Tributária, enquanto os projetos de lei que propõem a taxação de investimentos no exterior e dos fundos exclusivos aguardam apenas a sanção presidencial. Por outro lado, a forma de financiamento da Poupança do Ensino Médio proposta recentemente pelo governo enfraquece a credibilidade da regra fiscal ao permitir gastos fora do novo Arcabouço Fiscal e remete às medidas de contabilidade criativa. 

No lado da inflação, o IPCA referente a outubro e o IPCA-15 de novembro, trouxeram uma continuidade do movimento positivo dos núcleos da inflação. Embora o índice cheio do IPCA-15 de novembro tenha vindo acima das projeções – a prévia da inflação oficial foi de 0,33% no mês, contra uma expectativa de 0,30% – observa-se que o comportamento dos preços continua a manter uma tendência positiva, favorecendo a manutenção do ritmo de cortes de 0,50 ponto percentual na Selic pelo Banco Central em dezembro. O principal ponto de alerta é a alta dos alimentos, que quebrou uma sequência de deflações. 

Ainda que um pouco conturbado pelo cenário político local, as condições macro trouxeram ganhos aos títulos públicos federais. Os papéis de vencimentos mais próximos, representados pelo IMA-B 5, foram influenciados pelas boas perspectivas para a condução da política monetária do Banco Central, apresentando rentabilidade positiva de 1,80% no mês. Já os vencimentos mais longos, apesar das discussões fiscais, apresentaram retornos de +3,39%. Por fim, como consequência dos cenários externo e interno a bolsa brasileira apresentou ganhos expressivos no mês e se tornou o segmento mais rentável do ano entre as classes de ativos alocadas pela Fundação Libertas até então. O índice Ibovespa avançou 12,54% no mês, alcançando 16,04% no ano. 

Com base no cenário apresentado, as carteiras dos planos de modalidade Benefício Definido (BD) geridos pela Fundação Libertas apresentaram resultado de 0,74% no mês de forma consolidada. Cabe ressaltar que esta modalidade possui ativos marcados na curva e por isso apresentam volatilidade suavizada. No acumulado do ano, a carteira consolidada dos planos BD apresenta retorno de 9,48%, estando 1,25 p.p. acima da maior meta atuarial (INCP + 5,40%).

Já na modalidade de Contribuição Definida (CD), os planos geridos obrigatoriamente devem precificar seus ativos de acordo com a marcação a mercado e, portanto, a carteira consolidada apresentou rentabilidade de 1,83% no mês.  É importante destacar que o consolidado da modalidade de Contribuição Definida também demonstra resultados acima do índice de referência dos planos, que é de IPCA + 4,09%. No acumulado do ano a carteira de investimentos alcançou 10,36% de rentabilidade bruta contra 7,93% do índice de referência, alcançando 2,43 pontos percentuais de ganho em relação a meta de rentabilidade e reforçando o ganho real, ou seja, acima da inflação do ano.