Resultados dos investimentos: outubro de 2023

Criado em em: 29 de novembro de 2023 / Atualizado em: 29 de novembro de 2023 Visualizações: 726

O expressivo movimento de alta dos juros globais em outubro se manteve em destaque nos mercados e ocasionou uma má performance dos ativos de risco até o final do mês. Neste ambiente, o conflito entre Israel e o Hamas levanta riscos para o preço do petróleo e gera uma incerteza adicional quanto à inflação corrente no mundo como um todo em um eventual envolvimento de outros países do Oriente Médio. Diante deste cenário desafiador, os principais bancos centrais ao redor do mundo continuam cautelosos e fazendo ajustes finos na condução de suas políticas monetárias, visando o combate da inflação sem danos adicionais às suas economias.

Nos Estados Unidos na esfera econômica, os dados recentes divulgados ao longo do mês continuaram mostrando uma economia com um mercado de trabalho ainda aquecido, dando suporte ao consumo no país, e uma inflação em trajetória de gradual desaceleração. Assim, considerando os fortes dados econômicos no país divulgados recentemente, a condução da política monetária e o aperto nas condições financeiras decorrente da alta dos juros longos, o Federal Reserve (Banco central norte americano) decidiu por permanecer com a taxa de juros inalterada em sua última reunião, mantendo na comunicação de que seus próximos passos estariam em aberto. No que tange a Europa, a atividade econômica segue sem demonstrar vigor. Nesse contexto, o índice MSCI World que mede o desempenho do mercado em países desenvolvidos de empresas de grande e médio porte com presença global e resultou um despenho de -2% no mês.

No Brasil, em função de um cenário internacional turbulento, o mês de outubro foi de bastante volatilidade nos ativos de modo geral aliado a questões referentes às discussões políticas domésticas. Um ponto de atenção que fica no radar são as percepções de alguns agentes de mercado sobre a dificuldade do governo em conseguir cumprir a meta de resultado primário em 2024. A mudança da meta vem sendo estudada visando torná-la um déficit de -0,5% do PIB e, com essa dinâmica há algumas dúvidas sobre os aspectos fiscais do país. Ainda na esfera política, foi apresentado ao senado um parecer da reforma tributária. O texto manteve as linhas gerais da reforma, estipulando um teto para a nova alíquota, adicionando exceções e incrementando o aporte no Fundo de Desenvolvimento Regional.

Com isso, os principais índices de riscos brasileiros tiveram performance negativa no mês. O Ibovespa, ainda pressionado pela fuga de capital estrangeiro em concorrência as altas taxas de juros americanas e pelos receios em relação à condução da política tributária no país obteve rentabilidade de -2,94% no mês.  A curva de juros do Brasil acompanhou o movimento de abertura observado nos EUA, o que implicou em desvalorização dos títulos de Renda Fixa e a classe de ativos da renda fixa atreladas aos títulos públicos indexados à inflação e marcados a mercados, os chamados IMA-B 5 e IMA-B 5+, rentabilizaram -0,31% e -0,98% respectivamente. Ambos impactados pelas inquietudes das dinâmicas de políticas monetária e fiscal do país.  O IHFA (Índice de Hedge Funds ANBIMA), que traduz os fundos multimercado de gestão ativa, com aplicações em diversos segmentos do mercado e várias estratégias de investimento apresentou o resultado de -0,86% no mês, corroborando para os desafios de mercado enfrentados no mês.

Diante de um mercado conturbado de resultados expressivamente negativos, as carteiras dos planos de modalidade de Benefício Definido (BD) geridos pela Fundação Libertas de forma consolidada apresentaram resultado de 0,62% no mês. Cabe ressaltar que esta modalidade possui ativos marcados na curva e por isso apresentam volatilidade minimizada e suavizada. Adicionalmente, a carteira consolidada dos planos de Benefício Definido, até este mês já obteve retorno de 8,69% no ano, 1,04 pontos percentuais da maior meta atuarial (INPC + 5,40%), que alcança 7,65% no ano.

Já na modalidade de Contribuição Definida (CD), os planos geridos obrigatoriamente devem precificar seus ativos de acordo com a marcação a mercado e, portanto, a carteira consolidada apresentou rentabilidade de -0,10% no mês.  Importante destacar que o consolidado da modalidade de Contribuição Definida demonstra resultados positivos em relação ao índice de referência dos planos, IPCA + 4,09%. No ano a carteira alcançou 8,37% de rentabilidade bruta contra 7,28% do índice de referência, demonstrando 1,09 pontos percentuais de ganho em relação a meta de rentabilidade e reforçando o ganho real (acima da inflação do ano). Sendo assim, a Libertas possui um processo de investimentos estruturado nas condições necessárias de gestão e governança para performance dos ativos no longo prazo que garantam uma boa formação de reserva previdenciária, analisando as perspectivas dos cenários e aproveitando as oportunidades.